COPA 2019 - Brasil joga com raça, mas acaba eliminado pela França na prorrogação
Apesar da dedicação brasileira, francesas aproveitam desorganização tática do time de Vadão e definem classificação às quartas da Copa com gol de bola aérea
Foto: Reprodução Globo Esporte
O Brasil perdeu para a França neste domingo, em Le Havre, na França, pelas oitavas de final da Copa do Mundo feminina de 2019 e está eliminado no primeiro mata-mata do torneio. A seleção, guiada por Marta e Cristiane, se superou dentro de campo e e conseguiu levar o confronto com as donas da casa e favoritas à conquista da competição para a prorrogação, mas caíram no segundo tempo do período extra com um gol marcado por Henry. Antes, Gauvin havia aberto o placar para a França e Thaísa empatado a partida, ambos os gols na segunda etapa.
Gauvin marcou o primeiro gol da França sobre o Brasil. FRANCISCO SECO (AP)
Extenuadas do fim do segundo tempo ao término da prorrogação, as brasileiras adotaram uma postura defensiva e aguentaram a pressão das favoritas até onde foi possível. Um time desorganizado, com Marta longe do gol, perdeu Cristiane lesionada no tempo extra e acabou derrotado frente a uma equipe melhor e mais bem preparada. Em sua segunda Copa do Mundo, o treinador Vadão chega a sua segunda eliminação nas oitavas de final; em 2015, para a Austrália e, agora, para a França. O líder da comissão técnica, que também falhou na briga por uma medalha nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, é quem fica com a maior responsabilidade da derrota. Seu trabalho, que chegou na estreia da Copa do Mundo com nove derrotas consecutivas, teve a má fase amenizada graças a talentos individuais, mas sucumbiu contra todas as equipes organizadas que enfrentou pelo caminho.
Na saída de campo, uma emocionada Marta fez um desabafo acerca da necessidade de incentivo e estrutura para o futebol feminino no Brasil. "Não vai ter uma Formiga, Marta e Cristiane para sempre. O futebol feminino depende de vocês. Valorizem", disse a eleita seis vezes melhor jogadora do mundo. Formiga e Cris já admitiram que este foi o último Mundial da carreira de ambas, mas a camisa 10 ainda não se pronunciou a respeito. Vale lembrar que, em 2018, pela primeira vez os clubes brasileiros são obrigados pela CBF a ter um time feminino profissional.
Em um primeiro tempo movimentado, as donas da casa começaram melhores e chegaram a balançar as redes aos 22 minutos, com Gauvin ganhando dividida da goleira Bárbara. Depois de rever o lance no VAR, entretanto, a árbitra observou um toque da bola no braço da atacante e anulou o gol da França. Depois do lance, o Brasil melhorou; encaixou a marcação na defesa e conseguiu oferecer perigo, apostando nas individualidades das principais referências, como Cristiane. A camisa 11 teve a melhor chance do jogo aos 43 minutos, quando invadiu a área pela esquerda e obrigou a goleira Bouhaddi a fazer boa defesa com o pé esquerdo.
Na segunda etapa, Gauvin abriu o placar aos sete minutos, empurrando de carrinho um cruzamento rasteiro que veio dos pés de Diani, pela direita. Mas as brasileiras mostraram imediatamente que o jogo não estava definido; dois minutos depois, Cristiane cabeceou cruzamento de Marta e acertou o travessão, assustando as donas da casa. Aos 17 da etapa final, Debinha foi lançada pela esquerda e tentou cruzar para Cristiane, mas a zaga cortou. No rebote, Thaísa chegou batendo com a canhota, no canto de Bouhaddi. A auxiliar havia marcado impedimento de Debinha, mas o VAR corrigiu a marcação.
O 1 a 1 levou a partida das oitavas para a prorrogação, onde a vaga foi definida. No último minuto do primeiro tempo, Debinha recebeu de Geyse e, na cara de Bouhaddi, conseguiu tocar por baixo da goleira, mas viu a zagueira Bathy tirar o gol brasileiro em cima da linha. O castigo veio no minuto inicial do segundo tempo, com Majri batendo falta pela direita e Henry, livre na pequena área, só escorando para o gol e decretando o 2 a 1. Com o cansaço físico, as brasileiras sequer chegaram perto de empatar a partida.
El- País