Dólar sobe ante real com ajuste e liquidez menor; exterior permanece no foco
Moeda avançou 0,66%, a R$ 3,7645 na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,12%, a R$ 3,7399
Fonte: Reuters/DCI - Foto: Jornal Opção
O dólar terminou a segunda-feira em alta ante o real, num movimento de correção de parte da queda dos últimos dois pregões ampliado pela menor liquidez por conta do feriado doméstico no dia seguinte, sem perder o cenário externo do horizonte.
O dólar avançou 0,66 por cento, a 3,7645 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,12 por cento, a 3,7399 reais.
Na mínima, a moeda foi a 3,7432 reais e, na máxima, a 3,7739 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
"É normal, depois do recuo recente, haver alguma acomodação", disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, referindo-se às perdas da moeda nos dois últimos pregões.
A liquidez foi baixa na sessão, com muitos investidores emendando o feriado do Dia da Consciência Negra, que deixa os mercados fechados no dia seguinte. Na quinta-feira, é a vez de os mercados norte-americanos não abrirem devido ao dia de Ação de Graças --o que promete deixar toda a semana com liquidez curta.
O dólar bateu a máxima cotação da sessão ante o real à tarde, após declarações do presidente do Fed de Nova York, John Williams.
Um dos mais influentes membros votantes de política monetária do Federal Reserve, ele disse esperar a continuidade do ciclo de aumento gradual das taxas de juros no encontro do mês que vem, de modo a prolongar a expansão econômica dos EUA.
Isso suavizou a leitura dovish das falas de outros representantes do Fed, que animou os mercados nos últimos dias e sustentou o viés de baixa lá fora mais cedo.
O dólar, que chegou a cair ante as divisas emergentes nesta segunda-feira, passou a subir com a notícia ante a maior parte delas, como o peso mexicano, embora tenha se mantido em queda ante a cesta de moedas.
Na sexta-feira, o recém-nomeado vice-chairman do Fed, Richard Clarida, havia alertado sobre uma desaceleração no crescimento global, dizendo que "isso é algo que será relevante" para as perspectivas para a economia dos EUA. E o presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, em entrevista separada à Fox Business, também disse que está vendo uma desaceleração do crescimento na Europa e na China.
Do lado comercial, as relações entre China e EUA seguem instáveis, depois que as divergências entre ambos impediram que líderes da região Ásia-Pacífico chegassem a um acordo em um encontro em Papua Nova Guiné no domingo pela primeira vez em sua história.
Internamente, agradou a notícia de que o economista Roberto Castello Branco aceitou convite para comandar a Petrobras no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, somando-se ao nome de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central.
"A escolha de Roberto Castello Branco é música para ouvido do mercado. O governo está formando um 'dream team', a nova equipe é bem animadora", disse Alessie Machado, lembrando entretanto que é preciso ver os efeitos práticos no ajuste fiscal.
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 7,480 bilhões de dólares do total de 12,217 bilhões de dólares que vence em dezembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Reuters/DCI