MAB desenvolve projeto com mulheres ameaçadas por barragens na região noroeste do RS

A população da região de fronteira entre Brasil e Argentina encontra-se apreensiva com a retomada das tratativas entre os dois países para a construção das barragens, principalmente devido a falta de informações, o que se caracteriza como violação de um direito humano. Foto: Gerson Rodrigues

 

No dia 30/07, o Movimento de Atingidos por Barragens do Rio Grande do Sul (MAB/RS) promoveu, em Santa Rosa, um encontro com mulheres ameaçadas pela construção do Complexo Hidrelétrico Binacional Garabi-Panambi, na região noroeste do estado.
O encontro faz parte do projeto “Mulheres Defensoras dos Direitos Humanos Bordando a Resistência”, desenvolvido pelo MAB em conjunto com a Associação de Proteção à Vida (APROVI) e com o apoio da Fundação Luterana de Diaconia (FLD). A atividade reuniu mulheres de Porto Mauá, Alecrim, Novo Machado e Porto Lucena. 


Durante a manhã, as presentes debateram sobre as violações de direitos na vida das mulheres em decorrência das barragens. Pela parte da tarde, foi feita a exibição do documentário “Arpilleras: Atingidas por Barragens Bordando a Resistência”, seguido de debate relacionado a vida das mulheres atingidas e ameaçadas pela construção e operação de barragens no Brasil. Também discutiram a respeito da técnica de bordado conhecida como Arpillera, a qual se constitui como instrumento de denúncia e luta das mulheres através da arte. 
A população da região de fronteira entre Brasil e Argentina encontra-se apreensiva com a retomada das tratativas entre os dois países para a construção das barragens, principalmente devido a falta de informações, o que se caracteriza como violação de um direito humano, impossibilitando a participação popular nas discussões e planejamentos a cerca do projeto.  


Os estudos de viabilidade para construção do complexo de barragens apontam para uma área alagada superior a 70 mil hectares, maior que o reservatório da UHE Belo Monte (PA). Cerca de 12,6 mil pessoas serão atingidas pelo Complexo, de 19 municípios brasileiros, além das províncias de Missiones e Corrientes, na Argentina. No plano ambiental, estima-se a perca de 10% da floresta do Parque Estadual do Turvo (1.750 há), além da possível inundação do Salto do Yucumã – uma das Sete Maravilhas do RS e maior salto longitudinal do mundo.
 
Mulheres, água e energia não são mercadorias!

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FONTE: MAB/RS - ​​FOTOS: GERSON RODRIGUES

 

 

 

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