Rio dos Índios - Apicultores denunciam mortandade de abelhas por suspeita de contaminação por agrotóxico

Milhares de abelhas morreram nos últimos 3 dias

Milhares de abelhas são encontradas mortas por apicultores de Rio dos Índios | Foto: Melânia/JR/Rádio Rio Fm

 

Desde a última quinta-feira (19), os apicultores Célio e Eugêncio Parizotto, se depararam com uma verdadeira tragédia em suas colônias de abelhas, isso porque eles encontraram milhares delas mortas repentinamente de uma hora para outra. Conforme Célio em uma das áreas de produção, região cerca de 2,5 km da cidade, cerca de 30 caixas de abelhas foram perdidas. Os apicultores suspeitam que uma possível causa da mortandade dos animais seja o uso incorreto de agrotóxicos por agricultores. As autoridades responsáveis e órgãos ambientais devem ser informados nas próximas horas do ocorrido.

A repórter Camila Boehm da Agência Brasil publicou o resultado de uma nova pesquisa sobre efeito dos agrotóxicos em abelhas, o levantamento mostrou que um tipo de inseticida, mesmo quando usado em doses não letais, encurtou o tempo de vida dos insetos em até 50%. Os pesquisadores observaram ainda que uma substância fungicida considerada inofensiva para abelhas mudou o comportamento das operárias, deixando-as letárgicas, o que pode comprometer o funcionamento de toda a colônia.

O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), investiga o fato, já conhecido, de que diversas espécies de abelhas estão desaparecendo no mundo todo. No Brasil, o fenômeno tem sido observado pelo menos desde 2005 e está diretamente ligado ao uso de agrotóxicos, diz o professor Osmar Malaspina, pesquisador do Centro de Estudos de Insetos Sociais do Instituto de Biociências da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Os efeitos do fungicida pode ser, segundo os pesquisadores, um dos fatores que contribuem para a extinção em massa de abelhas.

No município gaúcho de Mata, cidade de 5.141 habitantes a 316 quilômetros de Porto Alegre, na região central do Estado, o apicultor Maicon Folgerini, 25, estranhou a morte em massa de abelhas em meados de outubro passado, em plena primavera, o auge do trabalho dos enxames. O produtor entrou em contato com outros apicultores das redondezas e eles informaram a mesma situação. Realizaram então um boletim de ocorrência para ter prova do ocorrido, e chamaram a patrulha ambiental.

O caso foi um dos mais graves registrados no Estado do RS, onde morreram ao menos 500 milhões de abelhas melíferas entre outubro de 2018 e março de 2019 em decorrência de agrotóxicos.

Além de Mata, mortandades ocorrem no mesmo período em cidades como Santiago, Jaguari, São José das Missões, Campo Novo e Cruz Alta. O número de mortes pode ser muito maior porque os casos nem sempre se tornam públicos e não há uma base de dados oficial.

No caso dos apicultores de Rio dos Índios, o prejuízo é considerável, uma vez que não se sabe se as demais colmeias estejam contaminadas e se as abelhas subsistirão nos próximos dias, oque preocupa os produtores causando certo desestímulo para seguir com a atividade.

A imagem pode conter: comida

Foto: Melânia Parizotto

 

A imagem pode conter: árvore, planta, atividades ao ar livre e natureza

Foto: JR/ Reportagem Rádio Rio Fm

 

Comentários