POLÍCIA FAZ OPERAÇÃO CONTRA MILÍCIA LIGADA AO CLÃ BOLSONARO

A meta é buscar documentos e computadores para auxiliar no inquérito sobre o desabamento de dois prédios na Muzema, no dia 12 de abril.

Entre os endereços que estão sendo alvo da operação desta quinta-feira (2) está a Associação de Moradores da Muzema | Agência Brasil/Brasil247

 

Policiais civis fazem nesta quinta-feira (2) uma operação contra a milícia que atua na Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro. A meta é buscar documentos e computadores para auxiliar no inquérito sobre o desabamento de dois prédios na comunidade, no dia 12 de abril, o que deixou 24 mortos. De acordo com a Prefeitura do Rio, os prédios que desabaram foram construídos por uma milícia chefiada pelo major Ronald Paulo Alves Pereira, um dos alvos da operação Os Intocáveis, preso no início do ano. Anos antes de ser preso, o major Ronald foi homenageado em 2004 pelo então deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que propôs uma moção de louvor a ele na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj).

O major também é investigado por envolvimento no Escritório do Crime, grupo de matadores profissionais do Rio e suspeito de envolvimento com o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Outro alvo da Operação Os Intocáveis é o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelo MP-RJ como o chefe do Escritório do Crime. A mãe do policial trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. O próprio parlamentar fez homenagens ao ex-capitão.

O curioso é que, de acordo com registros da Alerj, o filho do presidente Jair Bolsonaro foi o único a votar contra a proposta do deputado estadual Marcelo Freixo (PSol), atual deputado federal, para conceder a medalha Tiradentes em homenagem à vereadora quando o pessolista ocupava um cargo no Legislativo do estado do Rio. 

Entre os endereços que estão sendo alvo da operação desta quinta-feira (2) está a Associação de Moradores da Muzema.

A ação é coordenada pela Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), responsável pelo inquérito dos desabamentos, em parceria com a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), responsável pelas investigações contra milícias no Rio.
 
Os prédios que desabaram eram ilegais, ou seja, não tinham autorização da prefeitura para ser construídos.

As obras chegaram a ser embargadas em novembro do ano passado, mas isso não impediu que seus apartamentos fossem ocupados. A polícia busca os responsáveis pelas construções.
 
Vários outros prédios ilegais, construídos na região, serão demolidos. Segundo a prefeitura, 16 deles serão demolidos para a construção de um parque.

 

Fonte: Agência Brasil/Brasil247

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