Paracatu MG - Saiba quem são as vítimas do massacre em Igreja

Afastamento da comunidade evangélica Batista Shalon pode ter motivado chacina em Paracatu

Segundo a Polícia Civil e de fiéis da Igreja Batista Shalom, Rudson Aragão Guimarães estava insatisfeito por ter sido retirado de cargo

 

Um morador de Paracatu, no Noroeste de MG, matou a ex-namorada com golpe de canivete em casa e depois atirou contra três pessoas em uma igreja evangélica na noite desta segunda-feira (21).

De acordo com o tenente-coronel da PM Luiz Magalhães, Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, estava na casa da família dele, no Bairro Bela Vista, juntamente com a ex-companheira, a mãe e a irmã. No local, ele golpeou a ex-namorada no pescoço com um canivete e seguiu para a Igreja Batista Shalom, que fica a três quarteirões da casa.

"Ele chegou alucinado e com falas desconexas, procurando pelo pastor e dizendo que iria matar ele", afirmou Magalhães. Pelo menos 20 pessoas participavam de uma reunião no local.

Após o crime, o assassino foi baleado pela Polícia Militar e levado para o Hospital Municipal de Paracatu.

Veja quem são as vítimas

Marilene Marins de Melo Neves, 38 anos

Membro da Igreja Batista Shalom e trabalhava como serviços gerais na Escola Municipal Coraci Meireles e da Creche Domingas de Oliveira, onde também auxiliava na cantina. Ela era casada e tinha filhos e um neto.

Heloísa Vieira Andrade, de 59 anos

Ela era ex-namorada do assassino e morreu ao ser golpeada com um canivete no pescoço. Heloísa trabalhava como coaching, dava treinamentos em empresas e palestras. A vítima estava na casa dos familiares do criminoso quando foi morta.

Rosangela Albernaz, 50 anos

Membro da Igreja Batista Shalom e proprietária de uma lanchonete que fica a um quarteirão da igreja. Segundo a PM, a vítima tinha duas filhas e estava na reunião junto com o marido durante o crime. Ele conseguiu fugir da igreja e chamou a polícia.

Antônio Rama, 67 anos

O idoso era aposentado, membro da igreja e pai do pastor Evandro Rama, que celebrava o culto na hora do crime. Segundo a Polícia Militar, o homem entrou na Igreja Batista Shalom procurando pelo pastor e atirou contra o pai dele por vingança. As Informações são de Vanessa Pires, G1 Triângulo Mineiro.

 

A cidade de Paracatu, na Região Noroeste de Minas Gerais, ainda tenta assimilar a tragédia que resultou na morte de quatro pessoas na noite de terça-feira (21/5), no Bairro Bela Vista. A Polícia Civil suspeita de que Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, cometeu os crimes devido a um atrito com o pastor da Igreja Batista Shalom há dois meses, que resultou no seu afastamento da liderança do espaço religioso. A hipótese foi reforçada por fiéis do templo evangélico. Inicialmente, a o feminicídio contra a ex-mulher dele está descartada, segundo a delegada de Homicídios da 2ª Delegacia Regional de Paracatu, Thays Silva, responsável pelo caso.

"A motivação é o que mais nos intriga no momento, mas durante as investigações conseguiremos evoluir nesse sentido. A princípio, tudo aconteceu devido à sensação de exclusão que Rudson sentia por parte da igreja. Ele foi retirado de um cargo que ocupava na comunidade e excluído de grupo de Whatsapp da igreja. Isso gerou uma indignação grande e chegou ao ápice ontem (terça-feira), quando ele estava bastante alterado e cometeu os crimes", disse a delegada Thays Silva. 

Membro da Igreja Batista Shalom, Yuri Jordão, 45 anos, diz que Rudson ocupava o cargo de intercessor na igreja. Ele auxiliava o pastor, Evandro Rama, a conduzir orações para os fiéis. Há dois meses, no entanto, após ser alertado de problemas pessoais do assassino, Evandro o retirou da função. Tentou auxiliá-lo, mas Rudson não se mostrou interessado nos conselhos do pastor. Sendo assim, Evandro o expulsou da igreja. "A partir daí, o Rudson passou  proferir ofensas ao pastor nas redes sociais. Fez várias publicações o ofendendo, o que deixou o pastor muito assustado. Por alguns dias, as atitudes do Rudson cessaram, e nós achamos que tudo estava acabado. Mas aí, ontem ele se rebelou", lamentou Yuri.

A primeira vítima de Rudson foi a ex-mulher dele, Heloísa Vieira Andrade, 59. As investigações iniciais descartam que ela tenha sido morta em  virtude da condição de gênero, o que caracterizaria o feminicídio. “Não havia medida protetiva contra o suspeito, incidência de violência doméstica ou discriminação à mulher, mas destacamos que a motivação exata continua em apuração”, explicou a delegada.

Rudson matou três pessoas dentro da Igreja Batista Shalom. O pastor Evandro, que era um dos seus alvos, conseguiu escapar. Revoltado com a fuga do pastor, Rudson abriu fogo contra os fiéis e matou o pai de Evandro, Antônio Rama, 67; Rosângela Albernaz, 50; e Marilene Martins de Melo Neves, 52. A tragédia poderia ter sido maior, pois outras 17 pessoas estavam na igreja e o homicida ainda tinha seis munições intactas. Policiais militares que faziam patrulhamento nas redondezas do prédio impediram o pior e alvejaram Rudson.

De acordo com o boletim médico mais recente emitido pelo Hospital Municipal de Paracatu, o assassino está internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) após ter sido submetido a cirurgia. No momento, ele se encontra clinicamente estável e respira sem a ajuda de aparelhos. O hospital não tem previsão de quando Rudson receberá alta. 

 

Depoimento


De acordo com a Polícia Civil, Rudson Aragão foi ouvido no hospital de Paracatu, onde esteve internado, e foi imediatamente autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado pelas quatro vítimas, com incidência de duas qualificadoras: motivo fútil e impossibilidade de resistência das vítimas. Já a tentativa de homicídio, com as mesmas qualificadoras com relação ao pastor, todos em continuidade delitiva.

 

 

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