Derrota na Câmara - Deputados americanos aprovam impeachment de Donald Trump

O presidente continua no cargo enquanto espera julgamento no Senado, que deve acontecer em janeiro

Foto: Foto: REUTERS/Kevin Lamarque | Reprodução G1.com

 

O impeachment do presidente dos Estados Undos, Donald Trump, foi aprovado nesta quarta-feira (18) pela Câmara dos Deputados. A Casa votou pela aprovação de duas acusações (veja detalhes sobre cada uma mais abaixo):

 

  • Abuso de poder - 230 votos a favor e 197 contra
  • Obstrução de Congresso - 229 votos a favor e 198 contra

 

A suspeita é que Trump tenha usado seu cargo de presidente para pressionar o governo ucraniano a produzir material que o ajudaria nas eleições de 2020, sob ameaça de congelamento de repasse de verba de ajuda militar. Além disso, Trump é acusado de proibir pessoas a ligadas a ele de prestarem depoimento na Câmara. (Leia mais ao final da reportagem).

O presidente continuará no cargo enquanto espera o resultado do julgamento no Senado, que deve ocorrer em janeiro. Ele é o terceiro presidente na história dos EUA a sofrer um impeachment.

A votação foi precedida por um debate que durou mais de dez horas, no qual discursaram deputados dos partidos Democrata e Republicano, expondo seus pontos de vista a favor e contra o impeachment.

Enquanto o impeachment era aprovado, Trump participava de um comício em Battle Creek, Michigan. "Não parece que estamos sofrendo impeachment", disse Trump à multidão. “O país está indo melhor do que nunca. Não fizemos nada de errado. Temos um tremendo apoio no Partido Republicano, como nunca tivemos antes", discursou.

Na abertura da sessão, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, afirmou que os deputados estavam ali para "defender a democracia pelo povo". "Eu abro solene e tristemente o debate sobre o impeachment do presidente dos Estados Unidos", disse.

No Twitter, Trump respondeu indignado, falando em "mentiras atrozes da esquerda radical". "Isto é um ataque à América, e um ataque ao Partido Republicano", escreveu.

Em sua defesa, alguns deputados republicanos se exaltaram e até exageraram nas comparações. Mike Kelly, da Pensilvânia, disse que 18 de dezembro de 2019 seria lembrado da mesma forma como o dia do ataque japonês a Pearl Harbor, na II Guerra Mundial.

“Em 7 de dezembro de 1941, um ato horrível aconteceu nos Estados Unidos, sobre o qual o presidente Roosevelt disse 'esta é uma data que viverá na infâmia'. Hoje, 18 de dezembro de 2019, é outra data que irá viver na infâmia”, disse.

“Antes de vocês realizarem essa votação histórica hoje, uma semana antes do Natal, quero que vocês tenham isso em mente: quando Jesus foi falsamente acusado de traição, Pôncio Pilatos deu a Jesus a oportunidade de encarar seus acusadores. Durante esse falso julgamento, Pôncio Pilatos concedeu mais direitos a Jesus do que os democratas concederam a este presidente neste processo", afirmou.

Ted Lieu, da Califórnia, justificou a importância da votação desta quarta-feira. “Nossos filhos estão assistindo, nenhum presidente quer sofrer um impeachment. Se Donald Trump sair em um mês, um ano ou cinco anos, esse impeachment é permanente, ele o seguirá pelo resto de sua vida e pelos livros de história e as pessoas saberão a razão do impeachment", disse Ted Lieu, da Califórnia.

John Lewis, um veterano deputado democrata do estado da Geórgia, que marchou ao lado de Martin Luther King Jr., falou sobre a importância do legado de um impeachment de Donald Trump.

Agora o julgamento segue para o senado.

 

Fonte: G1.com

 

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